Estamos de volta à nossa rubrica semanal ‘receita da semana’ com uma receita que utiliza uma raíz muito especial que faz parte da identidade da Covilhã. Todas as receitas desta rubrica incluem produtos do nosso cabaz de frescos. O Cabaz ‘Frescos da Semana’ vem recheado de frutas e legumes selecionados com muito amor e carinho. Pode receber o cabaz em casa, diretamente da horta à sua porta, ou levantar no nosso escritório em Queijas, Oeiras. A sua encomenda faz a felicidade dos pequenos produtores nacionais. ❤️
Para conhecer a composição do cabaz ‘frescos da semana’ consulte este link: https://smartfarmer.pt/produto/cabaz-frescos-da-semana/
Com a cherovia do cabaz desta semana, propomos a elaboração de uma receita muito simples. Escolhemos uma receita com cherovia porque esta raiz foi o produto ‘cabeça de cabaz’ do nosso cabaz de frescos.
A Cherovia, uma das maiores iguarias da cidade da Covilhã.
A Cherovia é uma raiz comestível, bastante versátil, com a forma de uma cenoura, a cor do nabo e um sabor que lembra anis. O nome foi-lhe atribuído pelo botânico sueco Lineu é ‘Pastinaca Sativa’, mas em Portugal é popularmente conhecida como cherovia ou cherivia. Menos doce do que a cenoura, tem um sabor “refinadíssimo” como refere Maria de Lourdes Modesto no livro ‘Sabores com Histórias’ no qual inclui as receitas de ‘Polme à Japonesa – o melhor dos polmes para as cherovias em tempura’ e ‘Puré de cherovias’, embora esta raiz seja também preparada em sopa, no forno, frita em palitos como a batata até em doces.
A Cherovia, ‘Um pouco de História’
Originária da Europa prefere os climas mais frescos para crescer e desenvolver-se e por isso, em Portugal, a zona com maior cultivo é a da Serra da Estrela que lhe ‘oferece’ o frio e até a geada, para desenvolver o seu sabor único. Como o tal sabor a anis se encontra na casca em várias receitas sugerem que não seja descascada. Antes do cultivo da batata em Portugal, o que terá acontecido em meados do século XVIII, a cherovia era um dos alimentos que ocupavam o seu lugar. Atualmente é na Beira Baixa, mais concretamente no concelho da Covilhã que o cultivo desta raiz está mais desenvolvido, existindo atualmente neste concelho duas associações que defendem e promovem este vegetal: a Confraria da Pastinaca (Cherovia) e do Pastel de Molho da Covilhã e a Confraria Gastronómica da Cherovia e da Panela do Forno.
A Cherovia na cozinha
Na análise às propriedades nutritivas a cherovia mostra-se mais rica em vitaminas e sais minerais do que a cenoura, destacando-se essencialmente pela quantidade de potássio, fósforo, vitamina A, vitamina B a que se pode acrescentar algum valor calórico. Muitos chefes da nova cozinha portuguesa estão a usar nas suas criações a cherovia, usando a denominação ‘pastinaca’, contribuindo assim para a recuperação deste produto agrícola que ainda não tem grande distribuição.
Receita de Palitos de Cherovia Assada
Esta raiz pode ser preparada em sopa, no forno, frita em palitos como a batata, até em doces. A forma mais conhecida de confecionar a cherovia é envolta em polme e frita. Para a preparar, as cherovias são cozidas em água e sal e cortadas em fatias finas, no sentido longitudinal. Passadas pelo polme, vão a fritar em azeite. Há quem tempere diretamente com sal e limão ou coloque o sumo do citrino no polme.
A nossa sugestão vai para ‘Palitos de cherovia assada’, uma receita de Isabel Zibaia Rafel.
Ingredientes para 2 pessoas:
- 250 g de cherovia;
- 2 hastes de alecrim;
- Alho em pó q.b.;
- 45 ml de azeite;
- Sal e pimenta-preta q.b.
Preparação:
1. Descasque e corte a cherovia em fatias e depois em palitos.
2. Coloque os palitos numa taça e tempere com o alecrim picado, o alho em pó, sal e pimenta. Regue com o azeite e mexa.
3. Disponha os palitos num tabuleiro, sem os sobrepor. Leve ao forno pré-aquecido a 200ºC. Mexa e depois retire assim que estejam durados e macios.
Bom Apetite!
No seguimento da inclusão da cherovia nos nossos cabazes de frescos, a equipa do SmartFarmer esteve à conversa com Daniel Almeida, produtor de cherovia, para conhecer um pouco melhor esta raiz e o seu produtor. Leia esta entrevista AQUI.