O polvo, de que existem cerca de 300 espécies no mundo, faz parte da cozinha portuguesa.
O polvo-comum (Octopus vulgaris), espécie mais comum na costa portuguesa, pode atingir 1,6 m de comprimento e um peso total igual, ou até mesmo superior, a 10 Kg.
Este molusco marinho tem um preço relativamente elevado em fresco. Congelado dá a sensação de ser muito mais barato mas atenção: mesmo cozinhado a vapor, o polvo congelado pode ficar com menos 65% do peso original e a explicação está no facto de muitos fornecedores adicionarem água ao polvo ultracongelado para o tornar mais pesado, pagando-se assim muito por água e não por polvo.
Ovas de Polvo
As ovas de polvo secas são um delicioso ‘petisco algarvio’. Tradicionalmente corta-se lascas fininhas e tempera-se com azeite, alho e salsa ou, para os puristas, come-se ao natural cortado às fatias fininhas. Para saber mais: https://jornalsabores.com/ovas-polvo-secas-um-petisco-algarvio/
O Polvo no forno
Embora seja uma espécie muito abundante em toda a costa portuguesa, é, de facto, em Sesimbra que ele era capturado em maior quantidade. São, por isso, numerosos os pratos confecionados a partir deste cefalópode, dentro da tradição gastronómica desta zona da costa de Setúbal.
A originalidade deste Polvo Assado no Forno reside na combinação de um produto do mar com um ingrediente típico da culinária rural, o chouriço, cujo resultado é um prato tão saboroso que passou a fazer parte das ementas de diversos restaurantes da região.
Ingredientes
1 polvo com 1 kg, aproximadamente; 2 cebolas médias; 1 chouriço; 5 dentes de alho; 1 dl de azeite; 2,5 dl de vinho branco; 1 pimento verde; 500 g de batata; coentros picados, sal e pimenta.
Preparação
Depois de se cozer o polvo, parte-se aos bocados e dispõe-se num tabuleiro. Tempera-se com os alhos picadinhos, as cebolas às rodelas, o pimento às tiras, as rodelas de chouriço de carne, bastantes coentros picados, sal e pimenta, regando-se tudo com o azeite e o vinho branco. Cortam-se as batatas, previamente cozidas, aos quartos, que se juntam ao polvo quando este começa a alourar. Retira-se do forno quando estiver bem apurado.
Harmonização
Apesar de se tratar de um pescado, é importante casar este prato com um vinho tinto encorpado, de aroma intenso. A confeção do mesmo assim o exige. A estrutura é importante, deve ser um vinho volumoso, mas elegante. Esta harmonização agradece o estágio em madeira, desde que bem integrada.
Veja a nossa seleção da Casa Mãe de Setúbal com várias propostas de vinhos para harmonizar com esta receita: https://smartfarmer.pt/produtor/rota-de-vinhos-da-peninsula-de-setubal/
Adaptado a partir de Jornal dos Sabores.