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Elas (as castanhas) estão de volta

as castanhas estao de volta

O obrigatório corte, a gordura, a cor das castanhas compradas na rua. Saiba isto e muito mais sobre as castanhas.

Quem quer quentes e boas, quentinhas/ a estalarem cinzentas, na brasa/ Quem quer quentes e boas, quentinhas/ quem compra leva mais calor (amor) pra casa…

Este é o refrão do poema «O Homem das Castanhas», de José Carlos Ary dos Santos, que Carlos do Carmo popularizou numa canção com música de Paulo de Carvalho.

Mas se a castanha assada pelas ruas das cidades reconforta quem com elas se delicia, antes do cultivo da batata em Portugal (meados do século XVIII) e com dificuldade em conseguir farinha para o pão, esta semente envolta num ouriço era, sobretudo nas terras do interior, o alimento «mata-fome».

A Castanha é rica em hidratos de carbono e possui um valor calórico a rondar os 350 Kcal/100g. Isenta de colesterol, apresenta uma quantidade de gordura muito semelhante à dos cereais, e consequentemente, muito inferior à dos restantes frutos gordos.

Enquanto frutos secos como as nozes e as amêndoas podem conter 70% de gordura na sua constituição (embora saudável), as castanhas contêm apenas cerca de 2% de gordura, sendo, por isso, muito menos calóricas do que os frutos secos.

Para estes resultados muito contribui o facto de cerca de 50% do peso da castanha ser água. E é por essa razão que se dá um golpe na casca pois quando assam, a água transforma-se em vapor que vai fazendo pressão e, se este não tiver por onde sair, há rebentamento.

 

castanhasNos festejos de S. Martinho a castanha é presença obrigatória nos magustos, normalmente assada, embora também se consuma cozida com erva-doce. Na culinária tem crescido a sua utilização como guarnição de pratos, nomeadamente em puré, no forno, fritas e também em sopas ou em doçaria, entre outras. Reflexo dos tempos em que vivemos, atualmente há quem as «asse» no micoondas.

Mas muitos apreciadores de doçaria continuam a considerar o expoente máximo do requinte, a especialidade francesa «marron glacé» (castanhas caramelizadas) que poderá ter como base o hábito de os romanos conservarem os frutos secos em ânforas com mel, apercebendo-se que as castanhas ficavam deliciosas.

Muitos apreciadores de castanha assada procuram, em vão, conseguir que as castanhas que assam apresentem aquela cor esbranquiçada dos assadores de rua. A principal razão é que o tradicional «Homem das Castanhas» usa carvão vegetal.

E quanto à preocupação relacionada com os «gases» (flatulência) atribuídos às castanhas, fique a saber que tem alguma verdade mas, sobretudo quando comidas cruas.

 

A árvore que nos dá a castanha, o castanheiro, pode atingir mais de um milhar de anos de idade e aos 8-10 anos já dá fruto, no entanto só depois dos 20 é que a frutificação passa a ser um fenómeno regular.

 

 

 

 

IN: Jornal dos Sabores