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Somos o quinto país da UE que mais importa Mel

produção de mel

O nosso país importou 7 100 toneladas, o que representa 4% da aquisição extracomunitária de mel em 2021, e exportou apenas cerca de 180 toneladas.

De acordo com os dados do Eurostat, o gabinete oficial de estatísticas europeu, Portugal foi o quinto Estado-membro da União Europeia que mais importou mel de fora do espaço comunitário em 2021.

No topo da tabela encontra-se a Alemanha, com 51 900 toneladas, sendo responsável por 30% do total das importações extracomunitárias de mel, seguindo-se a Polónia, com 32 200 toneladas (19%), a Bélgica, com 25 600 toneladas (15%), a Espanha, com 14 500 (8%), e Portugal, com 7 100 toneladas (4%).

Em 2020 a importação nacional extracomunitária tinha sido de 6 300 toneladas e, no ano anterior, de 5 400 toneladas.

Em 2021, os Estados-membros da UE importaram um total de 173 400 toneladas de mel de países não comunitários, no valor de 405,9 milhões de euros, tendo apenas exportado 25 500 toneladas para fora da UE, num valor de 146,6 milhões de euros. A Ucrânia foi o principal país de origem das importações (31%), seguida da China (28%) e do México (9%). A Espanha foi o Estado-membro que mais exportou para fora da UE em 2021, com 6 900 toneladas, tendo Portugal exportado apenas cerca de 180 toneladas.

 

Apicultura em Portugal

A apicultura portuguesa é dominada pelos pequenos produtores. De acordo com a caracterização feita no Programa Apícola Nacional 2020-2022, 89% são considerados apicultores não profissionais por terem menos de 150 colmeias. Os apicultores com menos de 25 colmeias, cuja produção é considerada apenas como autoconsumo, atingem 53% do total.

O número de apicultores profissionais, os que contam com pelo menos 150 colmeias, foi o que mais cresceu e o que mais contribuiu para o aumento do número de colmeias. O Algarve é a região continental com menos apicultores, mas aquela onde existem os maiores apiários, ou seja, onde há mais colmeias por apicultor.

O associativismo entre apicultores tem ajudado a ultrapassar esta fragmentação e a pequena dimensão das explorações. Mesmo assim, o Programa Apícola Nacional sublinha a necessidade de conseguir uma maior integração vertical e cooperação empresarial para dinamizar este subsetor.

Outra das vertentes que pode reforçar o dinamismo e valor socioeconómico da apicultura é a exploração dos restantes produtos da colmeia. O interesse e valor comercial destes produtos é globalmente reconhecido, mas em Portugal, segundo revela o Programa Apícola Nacional, tem ainda um peso residual, em particular por falta de informação.

 

Seca está a arrasar a produção de mel

A seca não tem dado descanso aos produtores de mel do interior norte do país, a zona mais afetada com quebras que podem chegar aos 90%. Os apicultores queixam-se da falta de apoios para o setor e sem os mesmos tudo indica que a escassez de mel irá fazer disparar o preço deste produto.

Neste cenário de receio e incertezas, gostaríamos de deixar um testemunho de um produtor de mel da nossa rede.

Consideramos que as palavras de Vitor Claro são uma “lufada de ar fresco” nestes tempos difíceis que estamos a viver e merecem todo o nosso reconhecimento: “Do meu lado o esforço de manter os preços, como podem imaginar, até por comparação com os restantes produtores, tem sido muito. Bem sei que esta não é uma boa posição comercial, mas o problema é que a apicultura para mim é muito mais que um negócio ou até um meio de subsistência – faz parte do meu modo de estar na vida. Sinto que é meu dever tornar acessível ao maior número possível de pessoas (incluindo aos que têm menos possibilidades) aquilo que a natureza me dá com generosidade. Se todos embarcarmos na espiral inflacionista, sem primeiro vermos se é possível sacrificar-nos um pouco mais, então esta bola de neve vai começar a esmagar muitos. Bem sei que não irei mudar o mundo, mas tento fazer a minha parte!” – Vitor Claro, apicultor transumante.

 

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