São dois os tipos de Moscatel de Setúbal, o branco e o roxo.
São dois os tipos de Moscatel de Setúbal, o branco (casta branca) e o roxo (casta tinta), respetivamente designados ‘Moscatel de Setúbal’ e ‘Moscatel Roxo’. Estas designações só podem ser atribuídas aos vinhos DOC Setúbal elaborados com, pelo menos, 67% de mosto proveniente destas castas. Estes vinhos podem ser colocados no mercado a partir dos dois anos de idade e ostentar na rotulagem o ano de colheita ou as indicações ‘10 anos de idade’, ‘20 anos de idade’, ‘30 anos de idade’ e ‘Mais de 40 anos de idade’, desde que o vinho em causa ou cada uma das parcelas do lote que o originou, tenha, no mínimo, a idade indicada.
A casta Moscatel Roxo, apesar de cultivada em pequena quantidade, permite obter um vinho de produção limitada, mas de grande qualidade, constituído por, pelo menos, 85% de mosto desta casta. O designativo ‘Superior’ é atribuído a vinhos com um mínimo de cinco anos de idade e que tenham obtido, na câmara de provadores, a classificação de qualidade destacada.
Ao longo dos séculos, a casta sofreu diversas mutações e, atualmente, existem três variedades de uvas Moscatel em Portugal. A variedade Moscatel de Setúbal é a mais plantada em Portugal e a sua produção concentra-se na Península de Setúbal, cujo clima ameno permite a maturação ideal dos bagos, que ficam com uma cor dourada, variando entre o topázio claro e o âmbar. É a que apresenta maior concentração e riqueza de compostos aromáticos, dos quais se destacam casca e flor de citrinos, mel, tília, rosa, líchias, pera, tâmaras e passas de uva.
As uvas da casta Moscatel de Setúbal, originária do Médio Oriente e introduzida em território peninsular na época do Império Romano, constituem a base do prestigiado vinho Moscatel de Setúbal, cuja fama além-fronteiras terá começado na segunda metade do século XIV, quando Ricardo II de Inglaterra se tornou um importador assíduo deste vinho. Também Luís XIV, o ‘Rei Sol’, no século XVII, consta que não dispensava nas festas de Versailles este vinho generoso.
Apesar de a sua produção ser bastante anterior, em 1908, foi instituída a Região Demarcada do Moscatel de Setúbal, cuja área geográfica abrange os concelhos de Palmela, Setúbal e parte do concelho de Sesimbra.
A partir destas uvas, é produzido o Moscatel de Setúbal, com Denominação de Origem Controlada, vinho licoroso, com uma graduação que se situa entre 17 e 18 % vol. e uma cor que vai do topázio claro ao topázio queimado.
Por ocasião do primeiro centenário da criação da Região Demarcada do Moscatel de Setúbal, em 2008, foi fundada a Confraria do Moscatel de Setúbal, com o objetivo de defender, valorizar e promover o Moscatel de Setúbal. Foi também desenhado um copo específico e lançado um lote especial de Moscatel de Setúbal, comemorativos da efeméride.
Texto e foto: Livro ‘Os Sabores da nossa Terra’: ADREPES – Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal.
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